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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Os Trabalhadores SEM TERRA


Nesses últimos anos é freqüen nos jornais reportagem sobre os conflitos dos trabalhadores sem terra. Radio, TV e jornais estão sempre apresentando esse debate. No sistema capitalista, os trabalhadores sem terra sempre existiram. Nunca houve neste sistema, uma estrutura fundiária capaz de dar terra a todos. Nos últimos anos, o Brasil, como no Mato Grosso do Sul, cresceram os números de cidadãos desempregados tanto na cidade como no campo. Fruto da ausência da aplicação de uma política seria para o desenvolvimento no campo, os trabalhadores foram se aglomerando ao longo das rodovias e encruzilhadas.


Desde a aprovação do Estatuto da Terra, em 1964, os trabalhadores vinham crendo na utopia de que a terra era distribuída. A farsa, porem, oculta durante quarenta anos, começa a tornar realidade. Os trabalhadores embarcaram cegamente na idéia de que o governo estava distribuindo títulos de posse da terra a produtores rurais, através de projetos de colonizações que terminaram em emancipações nos surgimentos de novos municípios, e os números indicam que a terra foi, lentamente, se concentrando nas mãos de poucos.


Com isso, muitos trabalhadores sobraram. Hoje, só no Mato Grosso do Sul são 20 mil Sem Terra espalhados em acampamentos comandados pela CUT, FETAGRI, FACE e MST que nesse caso, controlam seis mil trabalhadores Sem Terra! Uma força de trabalho maior que a população de alguns dos municípios do nosso estado.


Os Sem Terra tem 20 anos de organização bem articulada no Brasil, acumularam muitas lutas ao longo desses anos. Em muitos de seus assentamentos são verdadeiras cooperativas, produzem exportam desde artesanatos até os variados produtos extraídos da terra! Uma estrutura invejável! Ganharam respeito nos quatro cantos do mundo. Viraram tema de teses ate de doutorado nos centros de excelências em academias universitárias.


Não se pode mais chamá-los de bandoleiros ou arruaceiros. Hoje aprenderam a lutar. De todos os lugares do país ouvem-se os gritos e palavras de ordem dos Sem Terra. Ao que parece, não pretendem passar mais tempo refugando idéias governistas esperando pelas soluções do poder político. Na luta e no sofrimento aprenderam a buscar seus direitos.


Nos últimos dez anos o Governo Federal distribuiu mais de um milhão de títulos de posse de terra. Nas estatísticas são mais de 217 mil Sem Terra que continuam acampados por aí nas beiras de estradas e fazendas. Lembro que no ultimo cadastramento feito pelo do Governo FHC foram mais de 900 mil Sem Terra inscritos!

Tudo leva a crer, segundo uma das lideranças do MST no nosso estado, que se o Estatuto da Terra continuar ignorado e não sofrer uma boa discussão para ampliar uma serie de encaminhamentos, o atual Governo Lula, que conhece bem os problemas dos Sem Terra, haverá de enfrentar mais momentos tensos nos próximos dias. Resta ver para constatar. A única saída da sociedade é estar solidarizando-se ao Movimento dos Sem Terra, forçando os Governos Federais, Estaduais e os Parlamentares a realizar definitivamente a Reforma Agrária.


Os Trabalhadores Sem Terra com certeza devem ter propostas e disposição para enfrentar o impasse. Só assim teremos paz e num futuro próximo, alimentos na mesa de todos. No Mato Grosso do Sul como no Brasil então haverá mais trabalho, justiça e menos Conflitos sociais.

Prof. Jânio Batista de Macedo-Historiador/Filosófo.

Um comentário:

  1. Prof. Jânio. Sou seu fâ e companheiro, e por estar tb sempre em busca do saber, o Sr. poderia responder duas perguntas? 1- Cite 5 cooperativas que nasceram do MST e que produzem para exportação. 2-A inoperância do Estado no processo de ref. agrária justifica invasão da propriedade privada? Wagner Mascarenhas

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