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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Há vida na democracia com FILOSOFIA

A filosofia evoluiu, historicamente, sempre representou o anseio profundo do homem pela verdade. O amor a sabedoria sempre foi mais uma busca do que posse, a busca foi de uma sabedoria pratica, referida a nossa experiência. Mais do que uma atividade teorética.

Durante muitos séculos, as ciências particulares não se diferenciavam da filosofia. Hoje, temos umas situações diferentes, que precisa ser compreendida e superada. A filosofia tornou-se uma entre outras especializações. Há um fundo de verdade nisto, na medida que a filosofia é capaz de sozinha encher os pensamentos e a vida de um estudioso e quando está aberta para o trabalho interdisciplinar.

A divisão de trabalho, quando dogmática, é ideológica. As grandes filosofias, nunca estiveram isoladas do trabalho, da política, da vida artística e das demais ciências. Filosofar é tentar compreender a vida, ou o que é vivo, e não é apenas tentar entender a filosofia.

Na historia, a filosofia constituiu como esforço de discussão racional com os mitos (hoje, com as ideologias), com a religião, artes, a vida e política. A filosofia, portanto é reflexão especifica, mas nunca isolada da cultura de um povo, ou época política.


Faz parte do momento histórico de nossa sociedade, e, também da reflexão filosófica que se queira atuar, a problemática do mundo instrumentalizado, da tecnologia avançada, mas acrescentaria ainda a problemática da sociedade cada vez mais dominada pela mercadoria, pelas tendências totalitárias. Tais tendências procuram tirar o lugar da filosofia. Por isso mesmo é necessário o pensamento filosófico, como analise critica do mundo que vivemos.

Não tem sentido uma guerra entre a filosofia e a ciências. O que acontece é que poucos conseguem superarar as limitações de uma especialização. O diálogo interdisciplinar é uma necessidade cada vez mais presente.

A filosofia sempre buscou ser uma reflexão totalizadora, sobre a vida, o trabalho a organização social e o sentido de tudo. Portanto, ela é critica e pratica quando não se aliena da vida.

O instrumento não pensa, mas o homem precisa pensar e agir a partir de si, se não quiser reduzir-se a puro instrumento. O projeto de dominação da natureza exige do homem que ele se adapte a ele, isto é, que se instrumentalize, mas se não refletir sobre seu agir e o seu trabalho, perde toda e qualquer liberdade.

A filosofia atual deve, entre outras coisas importantes, ser uma filosofia da historia e uma filosofia de trabalho. E, se o mundo atual assume características opressoras, ou sempre que assume, a filosofia terá de ser revolucionária, na defesa do homem oprimido. De outra maneira, o tecnocrata seria substituto do filosófo, e o povo, a sociedade, seria massa coisificada.

Convém lembrar que a filosofia, em nenhum momento foi proibida oficialmente nas escolas, ela foi empurrada para a periferia do currículo, depois excluída do vestibular, foi desvalorizada pela ideologia institucionalizada de um falso desenvolvimento que dava prioridade apenas a tecnologia de efeitos a curto prazo.


Além disso, a cassação de muitos dos professores, de filosofia e disciplinas afins nas Universidades tirou motivação para o estudo, e a atmosfera da autocesura, se instalou o terror e filosofar passou a ser perigoso, inútil e prejudicial.

Os exageros na implantação da profissionalização em nível de segundo grau, outro fator que empurrou a filosofia para fora dos currículos, só agora com o advento da LDB (Lei Diretrizes e base) houve a reformulação no ensino, e por isso volta mesmo que tímido, o interesse pela filosofia dentro do currículo escolar.

Finalmente, já que não se podem enumerar todos os lados da questão, o próprio sistema educacional, e mesmo os educadores mais bitolados tiveram de reconhecer que como eles mesmos dizem: “a juventude já não sabe mais pensar”. Não basta reintroduzir uma disciplina filosófica sem modificar o processo ensino-aprendizagem, que se tornou demasiado mecanicista. Insisto em dizer que a filosofia é uma educação para a democracia, pois apela para a “racionalidade superior” que há em cada ser humano.

A volta da filosofia tende a aumentar a liberdade, a responsabilidade e o respeito ao diálogo. E disto que o nosso Brasil precisa. “Oves et boves”, diz o provérbio latino. “Entre ovelhas e bois há uma pequena diferença”. É preciso percebê-la. Sem filosofia não há democracia!

Prof. Jânio Batista de Macedo – Historiador

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