ASSOREAMENTO NA BACIA DO GUARIROBA

Terça-feira, 21 de julho de 2009 18:48
Leito d'água do córrego Guariroba pede socorro com o assoreamento

Site da Redação MS Record

O córrego guariroba, um dos responsáveis pelo abastecimento de Campo Grande, pede socorro. Nos últimos anos, a areia tomou conta do leito d'água. Um problema ambiental que precisa ser resolvido com urgência. Jânio Batista de Macedo é um dos representantes dos movimentos populares que acompanham o problema do assoreamento do córrego. Na semana passada ele esteve nesta área junto com um grupo de monitoramento depois de um ano da última visita. O que viu não foi nada animador. A água transparente mostra bem o que há no fundo.

E o que fazer para tirar toda essa areia? No ano passado o Ministério Público Estadual notificou os produtores rurais a tomar providências para conter a erosão. A empresa responsável pelo abastecimento de água de Campo Grande e a prefeitura também foram notificadas a realizar ações de preservação da bacia. As estacas indicam os lugares onde foram plantadas mudas no barranco onde está a nascente do córrego. Para Jânio Macedo, um trabalho sem resultado.

“Não avançou por que nos não sabemos se estas mudas são nativas, então nos exigimos que sejam feitos novas plantações”, afirma disse o presidente associação de moradores Maria Ap. Pedrossian, Jânio Batista de Macedo 50.

O som que hoje ecoa da nascente, pode ser o grito de socorro nos próximos anos. Por enquanto ainda há vida. Água limpa que brota de vários pontos. Mas até quando?

Quando o grupo esteve aqui, havia uma cerca e era preciso passar pelo arame para ir de um lado ao outro. Hoje há tanto volume de areia que os postes de madeira estão praticamente soterrados. A gente não tem o menor problema para atravessar.

A areia desce para as margens do córrego porque falta proteção natural, a chamada mata ciliar. Áreas que deveriam estar tomadas de árvores foram desmatadas para dar lugar à pastagem para criação de gado. Enquanto isso o leito do córrego vai sendo sufocado.

“A bacia corre um grande risco e nos precisamos alertar o governo e a população, por que se continuar assim dentro de 10 anos nos vamos ter dificuldade de beber água por que isso aqui abastece boa parte da cidade”, disse Jânio Macedo.

De acordo com técnicos, a má conservação da rodovia que passa ao lado do Guariroba também acelera o processo de erosão na bacia. O plantio de eucalipto é visto como uma ameaça à região. Especialistas dizem que essa planta suga muita água e como falta mata ciliar, o córrego pode secar ainda mais rápido. Discussões que se arrastam há 14 anos.

Em 1995, os produtores da região já tinham feito um acordo com o ministério público para preservar a área. 80% não cumpriram o combinado. Conseguiram inclusive respaldo na justiça para derrubar o termo de ajustamento de conduta firmado com a promotoria do meio ambiente.

Na próxima sexta-feira, representantes de movimentos sociais e entidades ambientais vão se reunir para analisar o relatório da última visita ao córrego Guariroba. O grupo definirá quais medidas serão cobradas da prefeitura de Campo Grande para resolver o problema do assoreamento. O Ministério Público será convidado para participar da discussão. (Colaborou Jornalista Flávia Leimgruber)

Esta matéria foi apresentada na Segunda Edição do MS RECORD dia 21/07/2009 com filmagem na Bacia do GUARIROBA.